(Noticias gospel) Pastor constrói 200 chalés para abrigar pessoas que abriram mão de seus bens,em favor dele, para esperar o Juízo Final


Pastor constrói 200 chalés para abrigar pessoas que abriram mão de seus bens materias, em favor dele, para esperar o Juízo Final
Uma comunidade gigantesca, que abrigará mais de 200 chalés para os fiéis que abdicaram de todos os bens materiais e os entregaram ao líder da Igreja Tabernáculo Vitória, Pastor Inereu Vieira Lopes, para esperarem o Dia do Juízo Final. O local, que há seis meses era apenas pasto e algumas plantações, hoje virou um grande canteiro de obras que chama a atenção de quem chega à cidade de Ecoporanga, no norte do Estado. Nesta quinta-feira (06) a Reportagem da Gazeta Rádios e Internet retornou a Ecoporanga, mais precisamente no distrito denominado Córrego do Paraíso, onde os fiéis estão morando. A equipe foi recebida pelo administrador da Tabernáculo, Israel Martins, que concordou conversar sobre as obras, desde que nada fosse gravado.

O pastor Inereu Lopes estava no local mas não quis dar nenhum tipo de declaração. A justificativa que deu ao administrados, por meio de um rádio comunicador, foi que ele não se pronuncia mais com a imprensa. No local das obras, que está em fase de terraplanagem, as casas dos obreiros são de compensado, já a do pastor, que fica do outro lado da construção, a realidade é outra. Só entra quem é autorizado. Segundo Israel Martins quase todos os fiéis, aproximadamente 500, já deixaram Vitória e estão instalados no município do norte do Estado. Enquanto as obras são realizadas, mulheres e crianças estão instaladas em um sítio na localidade rural de Santa Terezinha, a seis quilômetros da sede da Igreja.

Alunos não estudaram em 2007. A casa também é feita de compensado e no local há plantações de legumes e frutas para consumo próprio. Das crianças em idade escolar, 110 estão matriculadas no Ensino Fundamental e 25 adolescentes no Ensino Médio. Na escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ecoporanga, no Centro da cidade, uma realidade chamou a atenção da secretária de educação do município Shirleyd Baeta Santos. Segundo ela, dos 25 alunos matriculados no ensino médio, 19 apresentaram histórico indicando que não estudaram no ano passado e alguns estão fora da escola desde 2005. No primeiro ano do ensino médio estão matriculados 17 alunos: somente dois estudaram em 2007. Já no segundo ano há oito estudantes da Tabernáculo, sendo que quatro não freqüentaram a escola no ano passado.

“Eles concluíram o ensino fundamental e ficaram um ano parados, em outros casos até mais. Isso é um retardo para o desenvolvimento do aluno. O ensino médio é uma nova etapa da vida escolar. Ele depende de conhecimentos que foram adquiridos no ensino fundamental. Tudo é uma seqüência. Se ele fica um ano parado, dificuldades aparecerão no futuro”, explica a secretária. O problema de evasão escolar também aconteceu com os alunos de ensino fundamental, matriculados na escola Santa Terezinha. Segundo o secretário da escola, Valmir Souza, a maioria dos alunos da primeira série que são da Tabernáculo Vitória, não cursaram o pré-primário. E em todas as séries, segundo ele, de 1ª a 8ª, há casos de alunos que não estudaram em 2007.

O administrador da Igreja não soube explicar o motivo da ausência desses jovens nas escolas em 2007 e em outros casos em 2006 e 2005. Segundo Israel, essa decisão de parar com os estudos parte do estudante e dos pais. Segundo ele, a Igreja orienta a todos a concluírem os estudos. A professora de português do ensino médio, Márcia Carina Marques dos Santos, afirmou que todos os alunos da Tabernáculo possuem desempenho bom na escola, no entanto, segundo ela, eles se comportam com os colegas de forma diferente, ficando isolados em grupos.

“Nunca tivemos problemas com eles. São alunos aplicados, que fazem as tarefas. No início eles pediram para ficarem em uma sala isolada só para eles, mas a escola não autorizou e hoje eles estudam com os demais. Eles são reservados, não se entrosam com os outros, ficam só entre eles”, contou a professora.

O conselho Tutelar de Ecoporanga pedirá explicações à administração da igreja sobre os motivos que levaram as crianças e os adolescentes a não estudarem em 2007. Segundo o diretor do Conselho, José Maria da Silva, o administrador não havia comentado sobre a evasão escolar com ele, quando foi solicitado informações sobre a vida dos alunos.

Como vivem

Em Vitória, o prédio da Igreja foi colocado a venda. O valor ultrapassa os R$ 4 milhões. Em Ecoporanga, tudo que está sendo construído e as demais despesas são pagas, segundo o administrador, com o dinheiro que cada membro entregou à Tabernáculo quando entrou para a comunidade. Há fiéis que chegaram a entregar R$ 200 mil. Ele contou que há projetos para levantarem dinheiro para continuarem nessa vida. Eles pensam em construir fábrica de móveis, oficina mecânica e até mesmo explorar o ecoturismo da região. Uma equipe administrativa é responsável por todas as compras, inclusive de objetos e peças pessoais dos fiéis como roupas, produtos de limpeza e higiene pessoal e alimentos. A reportagem não conseguiu conversar com nenhum membro da Tabernáculo. Todos eles quando eram abordados, diziam que só quem pode falar é o administrador. Na comunidade rural onde vivem as crianças e as mulheres, assim que a equipe chegou, as mães recolheram as crianças que brincavam no local e todas se dirigiram para o interior da residência.


fonte: Verbo